sábado, 28 de junho de 2014

Molde Corset 1890



       Siga o traçado acima e transfira as partes do molde para um papel quadriculado em polegadas.     Cuidadosamente siga as medidas e desenhe todas as direções nas partes do molde (ou simplesmente faça a conversão da imagem e imprima na modalidade de impressão "poster"). 
         Recorte as partes do molde e alfinete ao tecido. O tecido ideal para corset é o algodão, tela, cetim brocado ou lona. O corset não será forrado, portanto um tecido de algodão mais encorpado é sugerido.

Molde Corset Elizabetano/Tudor tipo colete e abertura na frente



Fonte: livro Corsets and Crinolines de Norah Waugh, pg. 36

quarta-feira, 25 de junho de 2014

Capítulo I - Começo do Século XVI até 1670

1 - O Corpo de Osso de Baleia
         A suave, fluida linha do período medieval seguiu a figura natural; a forma não artificial foi dada ao corpo. É claro que é bastante provável que cerca de meados do século XIV, quando as roupas começaram a moldar a figura, a mulher mais velha que perdeu a forma, ou a mulher que nunca teve uma, usava sua roupa de baixo de material mais firme e amarrava-a de forma mais apertada. e quando no século XV a cintura se tornou mais alta e fina uma faixa extra de material duro pode ter ajudado a torná-la "pequena no meio"; mas isso é improvável que qualquer reforço artificial foi incluído. Como uma roupa íntima foi chamada um "cotte", uma precipitada palavra francesa para qualquer peça de vestuário justa - vários nomes para vestimentas eram derivados disso, e.g. petticoat, waiscoat, etc. A palavra "corset" quando encontrada em em textos medievais refere-se a outro vestuário e não era usada como na atual aplicação.
         Na metade do século XV a longilínea linha inspiradora medieval se esticou ao máximo de seu limite, e.g. por meio de hennins, sapatos de bico fino etc., até finalmente a reação em conjunto para o fim do século para as roupas masculinas e femininas começarem a assumir uma nova, ampla, reta silhueta. Essa silhueta era muito influenciada pelo estilo Renascentista que foi lentamente espalhando em direção ao norte. A grande descoberta da indústria da seda na Itália e Espanha fizera ricas sedas, brocados, damascos, veludos etc., materiais elegantes, e sua rigidez, peso e padrões elaborados exigiram um tratamento mais sério que o utilizado para os mais finos materiais de lã mais comumente utilizados anteriormente. O novo estilo dos vestidos veio do sul, então não é surpresa que a Itália é comumente creditada com a invenção do busk o primeiro suporte artificial para o corpo, e Espanha a saia de aro, o primeiro auxílio artificial para a sai. É dito que Catarina de Aragão levou essa moda para a Inglaterra, enquanto as guerras italianas do Rei Francês Charles IX e Luís XII levaram-na para a França; elas provavelmente iriam de qualquer forma.
           Quando na Inglaterra e França do começo do século XVI a separação entre corpo e saia se tornou moda, foi possível fazer o corpo mais firme e apertado e a saia mais cheia. A fim de manter o corpo mais reto e apertado uma pesada roupa de baixo foi agora usada, e quanto a isso a mulher estava imitando o homem, que na época medieval usara uma peça por baixo do seu vestuário; isso é conhecido por vários nomes - cotte, fraldão, gibão, pourpoint etc. - e no século XVI ele começou a ser chamado de colete. 

terça-feira, 24 de junho de 2014

Livro Corsets and Crinolines

         Esse livro é muito famoso e muito interessante. Não é muito fácil de achar na internet e tem apenas sua versão em inglês. Aos poucos vou traduzindo e disponibilizando algumas partes para quem se interessar. Segue o prefácio:

        "Um dos aspectos mais interessantes da história das vestimentas da Europa Ocidental é a constante evolução da silhueta. A mudança na silhueta não é um mero capricho por parte do usuário, mas pode ser determinada por várias origens, a mais importante talvez seja que as roupas de qualquer período pertenceram e formaram parte de um conjunto maior de um antecedente arquitetônico e econômico contra os quais estavam desgastados; eles deviam também adaptar a si mesmos à textura e tipos de materiais produzidos na época; e, claro, há sempre o elemento humano - a primitiva lei da atração sexual.
         Ambas as roupas masculinas e femininas refletiram a mudança na linha de demanda por cada novo período, mas por causa da tendência do homem a uma vida mais ativa não há exagero da forma já desenvolvida, que limitaria seus movimentos. Enchimento sempre foi muito usado, e nos anos recentes tem servido a uma dupla função - enfatizar um estilo mas também proteger o corpo; o exagero nas roupas masculinas tem sido comumente limitada a apenas acessórios, detalhe que pode ser simplificado ou descartado por completo no momento da ação. Mulheres, por outro lado, estavam capazes de desconsiderar essas restrições e quando uma forma se tornou exagerada ela desenvolveu isso ao limite máximo, e sem hesitação se comprimiu em barbatanas em baleias, madeira e ferro para alcançar a silhueta desejada, e então depois para sintonizar a si mesma a um mundo em mudança, da mesma forma descartou todos esses adereços artificiais. 
            Esta ênfase excessiva na forma deu um ritmo básico para as roupas femininas e se tornou quase uma lei não escrita do design. Uma longa e esguia silhueta aos poucos começou a ampliar a base, ênfase mudou de comprimento para caimento, e quando a melhor forma possível é alcançada, houve um colapso, uma quebra, e um retorno à longa e esbelta forma. Durante os últimos quatrocentos anos têm havido três ciclos; cada momento a camisa artificialmente ampliada teve que ser equilibrada por um pequeno corpo artificialmente moldado, cada momento a silhueta era diferente, e cada momento os nomes mudaram também; primeiro, o corpo barbatana de baleia e a saia armada com aro, depois os espartilhos e os saiotes arqueadas, terceiro, os corsets e as anáguas.
             É impossível apreciar o design das roupas do passado, e certamente bastante impossível reproduzi-las precisamente sem entender as formas da fundação artificial dessas peças de roupas. Infelizmente, quando seu reinado termina elas se tornam objeto do ridículo e são jogadas fora; sendo que meras representações pictográficas das roupas íntimas raras, embora mais felizmente talvez, não são poucos os escritores contemporâneos as tem escarnecido e denunciado.
              Esse livro é um estudo dessas formas e como elas eram produzidas. Desenhos estruturais e moldes são trazidos, como palavras e imagens não são suficientes para transmitir uma forma tridimensional. Eles são todas retiradas de espécimes reais e são selecionadas para mostrar a evolução das principais formas - que eram, é claro, muito variadas, mas a silhueta da moda de muitos períodos está razoavelmente representada, e mudanças muito mais lentas do que detalhes dos próprios vestidos. 
             É interessante especular se as presentes condições econômicas e a vida muito ativa conduzidas por uma mulher moderna irão romper com essa antiga lei não escrita de ritmo. A anágua entrou em colapso e lentamente desapareceu, o corset aos poucos perdeu a forma, até finalmente as linhas retas dos anos 1920 serem atingidas. Desde então, de novo muito lentamente, cinturas vêm ficando menores e saias mais cheias, barbatanas de baleia e aço vêm aparecendo de novo - e agora, o que vem depois?"
Norah Waugh
Londres
Primavera de 1954.

Como passar a amarração no Corset

         Feito o Corset é hora de passar a amarração. Há várias formas diferentes de se amarrar o corset, mas a mais comumente usada (principalmente para tight lacing) é a amarração vitoriana. Ela é mais prática, já que permite deixar o corset já laçado, bastando vesti-lo e apertar, o que facilita muito a auto-amarração (atualmente não dá mais pra depender de "criada" para amarrar o corset, né?!). Segue um passo-a-passo autoexplicativo:


segunda-feira, 23 de junho de 2014

Passo a Passo montagem do Corset - parte II

Passo 7: Costure as alças:


        Corte tiras do tecido exterior para fazer as alças. Neste caso foram tiras de 3cm para alças mais finas. O comprimento varia de pessoa para pessoa.


         Na parte superior coloque as alças no seu lugar na frente da peça, em seguida coloque a tira do forro por cima. 


         Passe uma costura à máquina em todo o comprimento. Se já tiver provado a peça e medido o comprimento da alça é possível já pregar a parte de trás junto, na mesma costura. caso contrário deixe a parte de trás solta e pregue posteriormente com costura à mão.

Passo a Passo montagem do Corset - parte I

        Nos meus arquivos tenho este tutorial que ensina passo a passo a montar um corset. Está bem fotografado e embora não tenha o molde tem algumas dicas importantes para quem quer se aventurar na costura do corset, mas não sabe por onde começar. Mas o que importa é a técnica, que pode ser utilizada com qualquer molde (aliás o blog tem vários que podem ser encontrados pelos marcadores aqui do lado).

        É bem longo por conta das fotos, por isso vou dividir em duas partes. Segue a primeira:


        Passo 1: O que será necessário:

sábado, 21 de junho de 2014

Molde Corset de Tafetá com botões e desossa de fibra



          Apesar de mais básico, achei esse corset encantador. Detalhe para a desossa delicada, mais trabalhada e com a fibra mais fina, É aquele menos que é mais, que chama a atenção. Fazendo um trabalho bem feito, bem acabado e com cuidado não precisa de grandes tecidos ou grandes rendas e estampas. É um dos que pretendo fazer no futuro.

sexta-feira, 20 de junho de 2014

Molde Corset Rural com desossa de fibra

        Seguindo a linha natural e clássica da desossa com cordas/fibras como no último post, temos um corset diferente. Trata-se de um corset usado na área rural, mais simples tanto na decoração quanto nos materiais utilizados.


         Esta peça é um corset rural de sarja amarela, estruturado com busk de osso de baleia na frente, barbatanas nas costas e com desossa de fibra que data 1830-40 e se encontra em exposição no Leicestershire Country Council Museum.

quinta-feira, 19 de junho de 2014

Estruturando o Corset com Linha de Cânhamo


        A linha de cânhamo é um produto da Cannabis (isso mesmo, mesma espécie daqueeeela famosa). Detre as diversas utilidades desta fibra tem uma que é bastante antiga: ela pode ser usada em uma estruturação (desossa) mais leve do corset. 

         Trata-se de uma desossa mais leve, não vai ter toda a rigidez e pressão que uma barbatana de aço ou mesmo de plástico possa gerar, mas nada impede a sua combinação na mesma peça. 







           Exemplos do uso combinado da desossa:


quarta-feira, 18 de junho de 2014

Molde Corset Tudor



           Já ouviu falar da dinastia Tudor? Foi uma dinastia de monarcas britânicos que reinou a Grã Bretanha entre os anos de 1485 e 1603. Pelo nome talvez não, mas quem nunca ouviu falar da história de Henrique VIII, o vaidoso e arrogante rei que rompeu os vínculos entre o Estado e a Igreja Católica para se casar com Ana Bolena?  

terça-feira, 17 de junho de 2014

Como fazer Ilhós à mão

         Seguindo com a onda faça você mesma, ou ainda quero fazer da forma em que era feito há séculos atrás, surge a questão: como faziam para passar o cordão de amarrar já que não existia ilhós? 
          Poderia se pensar em fazer alcinhas de tecido, mas isso comprometeria um pouco a resistência, ainda mais levando-se em conta que o corset era usado muito apertado mesmo! 

         Na verdade o ilhós já existia, já estava lá. Só que não como nós conhecemos. O ancestral do bom e velho ilhós metálico de armarinho que demora poucos minutos para ser fixado no pano e tem grande resistência é um círculo caseado com linha grossa, que provavelmente um único demoraria mais tempo do que fixar uma centena de ilhoses metálicos (ai que preguiça, viva a tecnologia!) e que indiscutivelmente são muito mais resistentes. 

        Pode-se dizer que era um primo das casinhas de botões, mas com diversas camadas de tecido grosso e que deveria ser bem reforçado para suportar a compressão da amarração sem ceder. Seguem as instruções:

segunda-feira, 16 de junho de 2014

Como fazer Busk de Madeira


        Quando se fala em busk se pensa em um tipo de fecho feito de metal de resistência maior, permitindo suportar toda a pressão ocasionada pela amarração do corset sem abrir ou se partir. Ele facilita muito vestir o corset, se estiver previamente amarrado se dá em poucos segundos, mas mesmo que não esteja, com a abertura frontal é possível reduzir muito o comprimento das cordas de amarração, o que também torna mais fácil o manuseio no momento de apertar. 

sábado, 7 de junho de 2014

Meu Corset Underbust feito com o molde personalizado



          Este foi o primeiro corset eu fiz. \o/ Já peço desculpas pela baixa qualidade das fotos, mas minha câmera já era e a do meu celular é muito ruim por isso usei a do computador, que é igualmente uma porcaria. Ou seja, ficou uma porcaria, mas acho que dá pra visualizar mais ou menos a peça. Quando conseguir uma câmera decente eu troco as fotos e reposto ;)

      O material do interior é em jeans fino (usei uma calça velha, na verdade era para ser apenas um experimento do molde, mas me empolguei, fui até o fim e acabei concluindo a peça), 16 barbatanas de aço de 25 cm, forro e parte externa em tricoline estampado (comprei 1 metro e sobrou bastante tecido), com viés de cetim e amarrado com fio acetinado. Usei este molde personalizado

          Como foi meio experimental, embora tenha gostado muito do resultado, já descobri alguns "defeitos" e já fiz algumas modificações no molde. No entanto ainda é o meu corset favorito, ele se encaixa muito bem e não incomoda em lugar algum. Por isso sou tão fã de moldes personalizados.

          Demorei um tempo pra terminar, sinceramente eu não estava levando muita fé nas técnicas, mas na verdade elas ajudam muito. Tendo os instrumentos certos e seguindo os ensinamentos a peça sai mais bem feita, com acabamento melhor, sem grandes necessidades de correção e em menos tempo. 

          Gosto dos overbusts, mas prefiro muito mais os underbusts, além da cintura fina eles dão uma valorizada, um "up" nos seios que é diferente do sutiã, eu acho que fica mais bonito, tipo silhueta de princesa da Disney.

          Dá pra ver que a corda é bem longa, né? São 8 metros de fio acetinado. Não consigo achar o fecho busk a menos de 100 reais o par e não sou corsetmaker para comprar no atacado, então preciso de fio bem longo para vestir de forma confortável. No fim das contas, como uso por baixo da roupa, consigo colocar a laçada por dentro da amarração e fica imperceptível. É uma dica pra quem também não encontra o busk!