A ênfase na silhueta de todo o
século XIX foi na cintura fina e curvas; o corset mais duro do final do século
exagerou-a mais ainda até que a anatomia feminina se tornou seriamente
distorcida e a saúde da mulher afetada. Em 1900 Madame Gaches-Sarraute, de Paris,
uma corsetière que havia estudado medicina, projetou um novo corset para
corrigir isso. Sua característica principal era o plano busk frontal, que
começando mais baixo na linha do busto continuava descendo sobre o abdome sem
curvas na cintura, e no ponto do busk, ligas, agora presas ao corset, mantinha a
linha esticada e ininterrupta até os joelhos; ele apoiava o abdome e mantinha o
tórax livre.
Esse corset foi aclamado com alegria e imediatamente adotado pelas
mulheres da moda. Logo, no entanto, exageros novamente surgiram, devido
principalmente ao desejo de obter a cintura fina, e isso resultou na famosa
curva S – o busto ondulava para fora ao longo da frente baixa, e o excesso
abdominal supérfluo, pressionado planamente pelo duro busk da frente moveu para
fora nos lados no quadril e na traseira. Esse corset era um milagre de corte e
montagem; nunca antes ou então havia sido tão complicado. Era construído por
numerosas partes curvas – tantas quanto dez ou quinze de cada lado, mais
reforços – todas habilmente juntas e atravessadas por uma quantidade de
desossas e metal de várias medidas de espessura e tamanho.
Algumas vezes esses
corsets eram longos, algumas vezes curtos, forrados ou não. Os mais caros eram
de cetim colorido, seda ou brocardo de seda, aparados com renda de verdade e
laços de fita; “azul borboleta” era a cor favorita.
1904-1905 foi o auge da curva S;
desde então a linha começou a perder sua abundância, a nova linha, longa e
esbelta, realmente começou a tomar forma. Par ajudar as costureiras as corsetières,
agora um mestre em sua arte, correspondentemente obrigado pela produção de um
corset muito longo e reto, reduzido ainda no busto do que os modelos anteriores
e seguindo apropriadamente nos quadris. Tendo uma linha mais reta era cortado
em menos partes; menos desossa era usada e frequentemente os reforços elásticos
eram inseridos na base para facilitar a movimentação. Essa longilínea, flexível
linha tornou fácil à naturalmente magra, mas para as mais encorpadas com carnes
isso apenas podia ser alcançado sacrificando mais algumas medidas na cintura. Esse
estilo também se tornou extravagante, o corset sendo algumas vezes tão comprido
– 45cm da cintura – e tão apertado que os quadris e cadeiras ficavam em carne
viva, e em alguns modelos era impossível de sentar.
Por todo o século XX houve a tentativa
de retornar à linha Imperial, e de tempos em tempos uma costureira líder
produzia um modelo com uma cintura muito alta. Mas este estilo requeria uma
silhueta longilínea e foi realmente aceito apenas em 1910 quando o vestido
havia se tornado do tipo bainha. O corte do corset não mudou, mas materiais
mais leves e menos desossa deu maleabilidade e sutileza às linhas da figura
agora mais visíveis sob as leves e coladas saias. A cintura alta chamou atenção
ao busto e um bojo se tornou um acessório necessário do corset. Essa linha
Imperial estava em pleno andamento quando em 1914 a guerra requereu uma
interrupção nos desenvolvimentos.
O bojo tinha aparecido por volta de
1900 quando o corset de frente reta apareceu. Desde então, quando necessárias,
alças no corset haviam dado suporte extra. O corset para a figura mediana havia
deixado de ter alças em 1849, embora tenham sido vistas do final de 1890 a 1914
em modelos especialmente projetados para usar com ternos costurados. O bojo de
1900 evoluiu do anterior corpo para saiote de algodão branco que era usado no
século XIX sobre o corset para mantê-lo limpo e conserva-lo. Agora em 1900 é separado
em duas diferentes vestimentas: feita mais ajustada e levemente desossada era
usada pelas mulheres de seios fartos e se tornou o bojo; feita mais frouxa e
mais decorada supria deficiências em mulheres magras e se tornou o “camisole”.
As roupas de baixo volumosas – combinações de lã, sobre elas uma pesada camisa
branca de chita enfeitada com muitas dobras, inserção de bordados ingleses e
renda – eram bem puxadas dentro do corset formando um bojo desnecessário: mas
quando para acomodar a linha mais fina de 1907 as roupas de baixo eram
simplificadas, e quando finalmente poucos anos depois a linha de cintura
Imperial foi aceitada e demandava um mais alto, mais arredondado busto, então o
bojo entrou na moda e era mais elegantemente conhecido pelo nome em francês “brassière”.
Os anos de guerra pausaram quaisquer
exageros da moda, mas eles trouxeram mais folgadas, mais confortáveis, portanto
mais disformes, roupas; o corset também se tornou mais confortável e mais sem
forma. É notável, no entanto, que tipos mais leves de corset para uso
esportivo, ou para usar com vestes de repouso, já tiveram sua aparição no
começo do século. Um modelo era feito de fita, outra de tecelagem de
malha com
uma leve elasticidade, e finalmente em 1911 a primeira cinta elástica; eles eram
sempre muito levemente desossados e algumas vezes abotoado ou enganchado na
lateral de modo a dispensar o busk. Esses corsets mais leves vieram ao uso
geral durante a guerra e apenas as mulheres mais velhas continuaram usando o
modelo fora de moda de algodão e pesadamente desossado. A mudança nas roupas de
baixo continuou, elas tinham agora um corte muito simples, ornamentadas
delicadamente e feitas de materiais criados especialmente para elas, sedas
leves – crepe chinês, georgette, chiffon para as mais sensuais, de outro modo
algodão leve e voal; rosa se tornou a cor favorita, a moda que logo se espalhou
para os corsets e sutiãs – que essa nova veste de baixo tornou o sutiã
essencial.
Levaram poucos anos para a moda
mundial e todas as suas ramificações se recuperar da guerra, e durante esse
período as roupas largas e confortáveis – os vestidos-camisa retos –
continuaram a ser usados. Como esses vestidos pendiam dos ombros sem intenção
de acompanhar o corpo, conforto e não a forma se tornou a principal guia na
escolha do corset. Maioria das mulheres haviam agora crescido acostumadas a
essa recentemente conhecida liberdade de movimentos, então talvez isso não foi
surpresa que quando, em 1921, uma nova moda definida emergiu das garotas jovens
que reivindicaram o fim o suporte. Mas as mulheres que seguiam a moda não são
como a regra das moças escolares, então mais uma vez a corsetière veio ao
resgate – agora para fazer a figura tão sem forma como possível. O vestido-camisa
se tornou mais colado – se tivesse uma cintura, então seria sobre os quadris –
o problema era esconder a cintura e eliminar todas as curvas. Por volta de 1920
o corset, agora apenas uma cinta, tinha atingido a cintura. Esse corset
em
cinto era muito ligeiramente modelado, uma cinta elástica e poucas desossas providenciaram
toda a montagem considerada necessária; mais elasticidade estava sendo usada,
painéis inteiros disso muitas vezes substituíam a amarração, até finalmente um
cinto elástico, tubular, frequentemente sem desossa ou amarração, capturou o
mercado. Como todos esses o sutiã era utilizado; era feito de um pedaço de
material estreito, ligeiramente afinado e costurado dos lados, algumas vezes
também de elástico, esse objeto não sendo mais para suporte, mas para achatar o
busto e eliminar todas as curvas. Infelizmente em uma figura gordinha entre
essas duas peças uma tira de gordura iria projetar, acabando com a linha reta. Para
achatar essa tira, ligas foram adicionadas ao sutiã então ele poderia se firmar
sobre o topo do corset cinto; logo isso era um pequeno passo para a combinação
de ambos, e o corselete foi criado. Cortando essa peça perfeitamente reta e amarrando-a
embaixo com ligas, assim empurrando os seios para baixo e o estômago e quadris
para cima, de fora uma bela e uniforme forma plana era alcançada. As mulheres
jovens, se possível, dispensava todas estas vestes e usava um cinto suspensor
apenas; não pode ser ignorado que a educação do século XX, com foco em jogos e
treinamento físico, havia por agora produzido uma mulher cujo firme jovem corpo
era adequadamente suportado por seus próprios músculos: cintos e sutiãs era
geralmente usados, as mais maduras adaptaram o corselete, e apenas as muito,
muito fora de moda continuavam usando o algodão desossado. Essa era a morte do
corset que havia começado cem anos antes.
É tentador olhar além do âmbito do presente
estudo, e ver a história se repetindo. Nas curvas do início de 1930, muito
discretas na verdade, novamente apareceu e agora mais uma vez a corsetière tinha
que providenciar a base de uma nova linha. De novo uma roupa sem forma do corpo
tinha que ser transformada, e nesse momento com a menor inconveniência possível
para quem a usa. Uma nova era do corset surgiu, um novo nome foi dado – a roupa
base. O corset dos séculos XVI/XVII se baseou quase inteiramente nas barbatanas
para a modelagem, o dos séculos XIX/XX na barbatana mais o corte, o novo corset
quase inteiramente no corte. Essa nova roupa base, habilmente modelada em
materiais leves e não elásticos, como o nylon, combinado com elásticos leves,
são usados diretamente no corpo e têm provido mulheres com uma nova pele
controlada. Esperamos que a corsetière, havendo dominado esses novos materiais,
permitirá às mulheres manter sua figura normal. Mas essa nova fase do corset
está em um estágio inicial e quem pode dizer qual estranha distorção da forma o
artista-corsetière, inspirado pelas novas técnicas, vai inventar para a
moldável carne das mulheres?
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